Deixa só eu recapitular um negócio rapidão: até um tempo atrás – não tão distante assim – eu não me interessava nadica por roupas e até meu segundo ano de faculdade – talvez não faça tão pouco tempo assim como eu gosto de pensar – meu uniforme de to-dos os dias era: um jeans que não me vestia bem, um tênis de academia (que talvez eu conseguisse emplacar como dad sneakers), uma ribana que eu tinha em um arco-íris de cores e um moletom baggy numa tonalidade que era uma mistura de verde limão com verde bandeira.
Então, posso imaginar que minha mãe, ao me ver usando esse moletom baggy, pode estar tendo calafrios ao relembrar das nossas velhas discussões. Para te tranquilizar, veja que eu me importei com a harmonização das cores com o trench coat e uma pessoa que faz isso não casa com o escopo da Juliana adolescente, tá bem?
Mas me impressiona bastante que muitas das coisas que eu tô vendo as pessoas vestindo agora é meio que uma releitura – estilizada – de umas paradas que eu usava na minha fase de renegação das modas. Ou seja, talvez eu estivesse apenas sendo vanguarda e, portanto, incompreendida.
Hoje quando acordei e tava chovendo fiquei mais do que feliz de levar meu moletom para conhecer a rua. Eu tinha aula das 9h até as 18h e ia encontrar uns amigos depois, ainda bem que a vida do conforto me escolheu.
[me senti muito descolada mudando o cadarço do tênis por um que eu tinha comprado há um milhão de anos e nunca tinha agido sobre isso]
[esse negócio de conseguir tirar foto de vez e nunca tá me fazendo perder o pouco da manhã que eu tinha adquirido, seja fofa]
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Dando de Ombreiras 