No meu dicionário, podemos encontrar esta foto ao lado da definição de tomboy ou boyish, a título ilustrativo.
Quando eu escolhi esse colete para ser o ponto de partida hoje, já tinha ideia de que esse seria o tom da roupa, mas admito que ter descambado para o lado da montaria também, foi uma surpresa.
Durante muito tempo, o tomboy foi o meu estilo predominante (hoje em dia, vou dizer que eu não sei qual é. Ajuda?), o que, inclusive, me rendeu a alcunha de man repeller, que me encheu de orgulho. Em regra, quando eu estou nessa pegada, eu tento usar algo dito feminino para balancear, como salto alto. Contudo, por motivos de “se tenho outros sapatos, não me lembro”, acabei ficando com o da semana que é bem bruto, o que fez com o que o batom vermelho tivesse que segurar toda a barra de equilibrar as coisas. Talvez por isso eu tenha me sentido pronta para participar de umas competições com cavalos (o que, não necessariamente, é algo ruim, apenas mais caricato). Nota mental: o batom vermelho nem sempre faz toda a magia, todo mundo precisa de ajuda.
Agora, vamos falar desse colete: Eu o ganhei de mamãe quando eu tinha 17/18 anos (e não poderia ligar menos para combinações) e fomos na Karamello comprar um vestido para eu ir na festa de formatura de uma amiga. Acabou que essa festa de formatura não aconteceu, mas sai da loja com esse colete e um vestido roxo que me deixavam boba com o quão “tcham” eles são. Sabe aquela sensação de ter preciosidades em mãos? Pois é!
Eu tenho uma memória bem boa e lembro de forma romanceada do meu primeiro encontro com várias peças mais atuais do meu armário, mas fato é que comprar se tornou um ato tão mecânico que é raro eu ainda guardar A sensação. Esse é um dos motivos pelos quais estou aqui abrindo a caixa de pandora devagarzinho: tirar a mecanicidade do ato, aproveitando as sensações que a compra pode proporcionar.
Eu estou com esse colete há mais de 10 anos e não o uso há mais de 1 por mais que eu o ache fantástico e muito diferente do que geralmente é produzido em roupas para mulheres. Eu simplesmente tinha/tenho roupa demais. Ele está na pilha do “maybe” para o próximo bazar, mas quero aproveitá-lo um tantão antes de decidir.
Cês tem alguma peça no armário que está precisando ser olhada com carinho novamente?
[notem que eu estou “roubando” na arte da combinação botando a bolsa verde apenas com as cores sóbrias das sóbrias]
Dia 03 • Colete – Karamello | Blusa – Uniqlo | Calça – Zara | Bolsa – Adô Atelier | Bota – Schutz
Dando de Ombreiras 
Ju, o seu estilo é fashionista, kkkk. Você ama e usa peças que estão em voga, que já estiveram, que deveriam estar (de novo ou pela primeira vez) mas sempre de maneiras inusitadas e nada óbvias e é por isso que a gente ama te acompanhar. Suas combinações têm muito repertório, o seu olhar estético pra isso é afiado então cai até uma lágrima saber que você não têm aproveitado cada peça ao máximo porque com certeza elas podem render inúmeros looks de diversas propostas visuais (aka estilo) diferentes. Por aqui, estou tentando não guardar nenhuma peça pra “um dia” ou “ocasião especial”, etc porque ando fazendo limpeza do guarda-roupa e estou em luto de saber que tantas coisas que eu deixei de usar não me servem mais ou eu amava antes e agora já não gosto mais. Devia ter usado 24h/dia quando eu estava louca por elas, elas faziam sentido e me serviam perfeitamente.
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Que análise aprofundada! E eu tendo a concordar! Então, eu também sou do time que não guarda roupa para ocasião especial, o momento é agora! Mas, mesmo assim, acabou que eu não usei tudo em seu máximo! Tô melhorando!
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